Lendas

As lendas de tesouros

1 – A lenda do tesouro dos padres
Consta que a muitos anos atrás, não saberia dizer ao certo quantos, ao se fazer uma
reforma na Igreja de Viamão, os pedreiros encontraram, ao derrubar uma parede, uma
garrafa de vinho, muito estranha, contendo em seu interior um pergaminho de couro,
com inscrições em latim. Não sabendo decifrá-las, entregaram-nas ao padre que deu
logo sumiço no dito pergaminho. Consta que este pergaminho foi levado para um dos
museus aqui do RS. Depois de traduzido, descobriu-se que ele continha os roteiros em
forma de enigmas, de 80 tesouros guardados, que teriam sido enterrados aqui no sul.
Alguns na Zona das Missões, outros nas redondezas de Porto Alegre, e uns 30, mais ou
menos, no interior e cercanias do Parque Estadual de Itapuã. Existem cerca de oitenta
tentativas de tradução deste pergaminho. Como antigamente esta região era
frequentada por padres Jesuítas Espanhóis e Portugueses, acredita-se que esta história
tenha um fundo de verdade. Ainda mais, se formos analisar alguns dos roteiros
traduzidos deste pergaminho, como os que se seguem abaixo, falando das praias e dos
morros desta região. Tesouro da Praia do Sítio; na primeira Praia de Itapuã, ao sul da
praia, encontra-se o rastro de um cachorro. Seguindo a unha do dedo grande, em
frente está uma pedra. Fica com a coroa na cabeça, com as mãos na algibeira, ao
redor de si tem 12 caixas enterradas e na sua frente afunda-se um martelo. Decifre o
Tesouro do morro mais alto do Parque Estadual de Itapuã: Morro da Grota;a leste do
Monte de Covas Fundas encontram-se três pilões de boca para baixo. O ponto mais
alto, uma pedra de 1 metro quadrado, cheia de moedas de ouro dentro, tapada com
nozes.-Tesouro da Ilha do Junco;o tesouro das cinco pontas, está na ilha do meio.
Seguindo a margem do rio, está o primeiro sinal da Pedra da Mira, que indica adiante,
onde está o guardado.Tesouro da Ilha das Pombas; na ilha encontra-se um fogo, cheio
de moedas de ouro dentro.Tesouro da praia do Araçá; Passando a terceira ponta de
Morro, a meia praia, encontra-se uma pedra que faz frente aos fundos da Santa Cruz.
Medindo 25 passos colocamos ouro para 10 mil centos.Além desses consta também
nos roteiros em forma de enigma, tesouros no Morro da Formiga e redondezas. Outra
lenda sobre tesouros fala em três cavernas que se localizariam dentro do Parque de
Itapuã, que contém o seguinte: Primeira Caverna: Ouro em barras cilíndricas maciças
em forma de cano banhadas com chumbo, que eram trazidas no convés dos navios
sem despertar interesse dos piratas da época. Tem uma caverna cheia delas e mais
jóias e moedas. Esse ouro e jóias seriam destinados à construção da primeira capital

aqui do sul. Segunda Caverna: Conteria utensílios de cozinha. Porcelanas de várias
nacionalidades e que serviriam a casa do Imperador. Terceira Caverna: Conteria
armamento da época. Armas brancas, de fogo e muita munição. Uma espécie de
depósito ou paiol de munição
e armamento. Consta que para melhor proteger o
material que se encontra nas cavernas, por ocasião de sua retirada as pressas da
região, tivera que detonar a boca (entrada) delas. Tem também na região, em muitos
lugares, vestígios de tesouros arrancados. Buracos enormes com pedaços de talha de
barro e outros tantos de tentativas frustradas. Tentativas através de sonhos.

2- A lenda do tesouro dos piratas ingleses

Conta-se que lá pelo séc. XVII, um navio pirata inglês que cruzava o Atlântico Sul,
aproximou-se da costa brasileira com o intuito de saquear as povoações costeiras e
abordar as grandes caravelas que aqui chegavam, de portugueses e espanhóis.
A tripulação do navio-pirata era muito cruel e não abstinha-se apenas ao roubo, mas
também matavam e incendiavam os pequenos vilarejos, caso não lhe entregassem
tudo que fosse de valor. Foi deste modo que o capitão-pirata acumulou um grande
tesouro a bordo, que despertou a cobiça entre seus marinheiros. Sendo um homem
inteligente, teve um forte pressentimento: Se não tomasse sérias providências, um
motim seria formado e ele acabaria sendo assassinado. Avistando então, a sua frente a
Barra do Rio Grande de São Pedro, entrou na Lagoa dos Patos e junto à Ponta de
Itapuã, lançou âncoras. Chamou a tripulação e avisou a todos que daria um grande
banquete para comemorar toda a riqueza arrecadada. Em combinação com seu
imediato, envenenou o rum que foi servido na festa, matando todos os outros piratas.
O capitão e seu imediato, um negro jamaicano, trouxeram então, para a margem, as
arcas dos tesouros. Subiram para os altos de Itapuã e começaram a cavar para
enterrar a preciosa carga. Mas, o negro, que para bobo não servia, já sabia que
acabaria, mais cedo ou mais tarde, tendo igual fim que seus companheiros, resolveu
muniu-se de uma pistola. Quando o jamaicano entrou no buraco para acomodar as
arcas, o Capitão de posse de uma pá, batendo-a violentamente na cabeça do imediato.
Esse, mesmo moribundo, ainda conseguiu pegar sua arma e deu um tiro mortal no
Capitão, que caiu sobre as arcas. O negro ainda levou três dias agonizando para dar o
último suspiro. Assim, os dois piratas mortos, foram enterrados pelo tempo, que cobriu
de terra, com a ajuda do vento, o tal buraco. Mas, desde então, este local é
assombrado pelos espíritos dos dois piratas. Só quando um cristão descobrir e
desenterrar o tesouro é que hão de cessar de aparecer e de penar. Quem já passou
perto do enterro, garante que pode-se ouvir a agonia das almas penadas. E assim, são
muitas são as lendas que nos falam de tesouros enterrados que são guardados por
almas que morreram sem deixar notícia do lugar onde os esconderam. As luzes
azuladas, que são observadas à noite nos campos e em torno de povoações, que
volteiam e afinal se desvanecem, não são senão almas penadas. E, se alguém construir
uma habitação num destes locais, essa casa, com certeza, será compartilhada com as
almas que vagam pelos matos e praias atrás de seus tesouros.

3- A Lenda do Tesouro Guardado pelas Almas da Lagoa
Diz a lenda que logo depois da chegada dos portugueses ao Brasil uma nobre de
Coimbra, cansada do casamento infeliz e do marido resolveu fugir para as novas
terras, onde não pudesse ser encontrada. Primeiro, buscou e estudou mapas, informou-

se dos navios que chegariam ao Porto, e nesta noite, embebedou e amarrou o marido,
cortou seus cabelos, vestiu-se de homem. Desceu então ao calabouço do castelo,
libertando todos os prisioneiros e convidou-os para fugir para o novo mundo. Os
homens aceitaram na hora. No porto, tomaram um navio, e ela passou a comandar
como um capitão. A viagem foi difícil, mas ela manteve pulso forte, e todos
respeitavam seu comando. Passaram por terra firme, mas resolveram ir além, já que
mais ao sul os espanhóis estabeleciam suas fortificações e guerreavam com Portugal.
Desta forma não seriam reconhecidos. Venceram a linha que separava as terras
portuguesas e espanholas, entraram na lagoa, que julgaram ser outro mar. Mas ela,
durante a viagem, apaixonou-se por um dos marinheiros, e não conseguia mais
esconder. Revelou-lhe então a verdade, e eles se amaram. Quando os marinheiros
desconfiaram dos dois, invadiram os aposentos do capitão e descobriram a verdade. Os
amantes, acossados, entregaram todas as joias e o ouro que ela trouxera. Os
marinheiros festejaram, mas resolveram enforcar o casal. Como estavam próximos da
margem, ela suplicou uma última refeição, e sugeriu que alguns marinheiros fossem à
terra e trouxessem alguma caça, que ela mesma faria um lauto jantar. Com a fome
passada durante a viagem, de pronto a tripulação aceitou. Trouxeram caça farta, que
ela preparou caprichosamente. Como previra, os marinheiros, ao ver a comida,
disseram-lhe rindo que não atenderiam seu último pedido. Ela e o amado morreriam
pela manhã, com fome. A mulher resignou-se. Todos, menos os dois, comeram
fartamente. E pouco depois, começaram a contorcer-se de dores terríveis, causados
pelo veneno que ela trouxera, por precaução, junto com as joias. Quando amanheceu,
todos menos o casal já estavam mortos. Eles então atiraram seus corpos na lagoa, em
frente a um estuário onde cinco rios se encontram. Atracaram, e antes de desembarcar
puseram fogo no navio. Enquanto o fogo consumia a nau, ela rogou, às águas, que
aquelas almas ficassem presas na lagoa até que o ouro e as joias tivessem alguma
serventia e que eles se arrependessem de sua maldade e ambição. Depois desceram,
levando o tesouro. Foram recebidos com certa desconfiança pelos índios que lá viviam,
mas depois foram aceitos. Tiveram muitos filhos, que casaram com as índias e índios
do lugar. Já velhinhos, resolveram enterrar ouro e joias ao pé de uma figueira, oito
palmos abaixo do chão. Contaram o segredo aos filhos, e gravaram com fogo num
couro de capivara o local exato. Os descendentes, acostumados com a vida simples
que levavam junto aos índios, não entendiam a utilidade do tesouro. Mesmo assim, a
história foi passada para seus filhos e netos e bisnetos, até que o velho couro serviu de
agasalho para um deles, e o tesouro transformou-se em lenda. O que sobrou de tudo
foi o lamento das almas que pode ser ouvido na beira da lagoa, em noites de inverno
quando sopra o vento do sul. São as almas indicando o local exato, quando alguém se
aproxima da figueira onde até hoje o tesouro está enterrado.

Divindades Guaranis, e as Yaras

1 - Teju Jagua, deus ou espírito das cavernas e frutas
2 - Mboi Tu'i, deus dos cursos de água e criaturas aquáticas
3 - Moñai, deus dos campos abertos. Ele foi derrotado pelo sacrifício de Porâsý
4 - Yacy Yateré, deus da sesta, nunca aparece como monstro.
5 - Kurupi, deus da sexualidade e fertilidade
6 - Ao Ao, deus dos montes e montanhas
7 - Luison, deus da morte e tudo relacionado a ela
8 - Angatupri, espírito ou personificação do bem, oposto a Tau
9 - Pytajovái, deus da guerra.
10 - Pombero, um espírito popular de travessuras.

11 - Abaangui, um deus creditado com a criação da lua; pode figurar somente como
uma adaptação de tribos guaranis remotas.
12 - Jurupari, um deus de adoração limitada aos homens, em geral apenas para tribos
isoladas nas matas nunca pisadas pelo branco invasor.
13 –Y-îara, deusa protetora das águas

Iara ou Uiara (do tupi 'y-îara senhora das águas). Para os guaranis, pode assumir a forma
de moça, sereia ou planta. De pele morena, olhos e cabelos negros e costuma banhar-se
nos rios, de onde observa a terra. Quando resolve cantar, somente as crianças e aqueles
que conhecem os mistérios das águas conseguem ouvir. Yara habita e defende de rios,
cachoeiras e lagoas. Para os Guaranis, o rio representa a fonte de sobrevivência. Por isto, é
a guardiã bondosa e se materializa nas plantas e flores aquáticas que alimentam os peixes.
Mas se necessário, para proteger seu elemento, as Yaras transformam seu poderoso canto,
tornando-o capaz de enfeitiçar e enlouquecer homens e mulheres até que eles mergulhem
nas águas, procurando ouvir novamente seu canto para nunca mais retornar. As crianças
perdidas pelas margens de rios e lagoas são levadas por ela ao fundo das águas, e lá
aprendem os segredos da magia. Quando, na puberdade, são devolvidos à terra, tornam-se
xamãs, cuidando da tribo, dos animais, plantas e águas. As ondas são a conversa das Yaras
com o vento, e podem conduzir ou naufragar as embarcações. Elas também podem pedir
ao vento que traga nuvens e provoque tempestades.

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